quinta-feira, 28 de maio de 2009

Homenagem

Disse adeus poucas vezes na vida. No último final de semana tive que dizer mais uma vez. Embora essa palavra carregue sofrimento, aprendi em meio a lágrimas e abraços, que talvez seja um dos maiores gestos de amor que podemos dar.

Meu tio pôde se despedir de todos seus amigos, da família, e com os filhos em sua volta, escutou o quanto era amado e motivo de orgulho para todos eles. Foi com as mãos acarinhadas que recebeu o adeus que mais merecia - o cheio de amor. Meus primos que rezavam por um milagre, diante da situação mais difícil de suas vidas, disseram “pode ir pai”. Essa aprovação final era o que ele precisava para partir e ele foi.

Para quem não conheceu o meu Tio Joca – o que é uma grande pena – ele era um paizão, corinthiano-roxo, um tio puxa-saco, engraçadíssimo e extremamente alto-astral. Sua alegria era marca registrada, mesmo em momentos de muita aflição seu bom humor sempre falou mais alto.

Anos atrás, chegando próximo ao Natal e sem dinheiro, se vestiu de Papai Noel, comprou “luzinhas” e foi vender. Ofereceu seu produto em um restaurante. O segurança logo disse não, mas a sorte estava ao seu lado, e ele cruzou com o dono do lugar que vinha acompanhado por um gringo. Ele explicou sua situação em inglês e quando questionado por que estava ali, vendendo aquelas caixinhas, respondeu com um baita sorriso no rosto “é a crise, né?”. O dono do restaurante comprou tudo, na hora.


É Tio, com certeza a sua simpatia gratuita, tão rara hoje em dia, fará muita falta nesse mundo. Adeus e obrigada por tudo!

Um comentário:

  1. van,
    acho que já te disse o quanto acho linda a sua família. linda, linda e inspiradora. mais um fato pra alimentar minha admiração. que todos fiquem em paz.
    beijo,
    maíra

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