segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Terceiro Setor se profissionaliza e exige profissionais capacitados

Abrangente e em expansão, o mercado de trabalho no Terceiro Setor demanda profissionais que tenham versatilidade e flexibilidade, além da vontade de atuar em uma causa coletiva.

Lúcia Maria Bludeni Cunha, presidente da comissão do Terceiro Setor da Ordem dos Advogados do Brasil, São Paulo (OAB-SP), diz que as organizações estão se profissionalizando e que há oportunidades para pessoas de todas as formações.

“Quem quiser trabalhar nessa área tem de ter uma visão generalista para poder ajudar o gestor dessas instituições a tomar a melhor decisão”, afirma.

Números - De acordo com o estudo sobre as Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil) relativo a 2005, existem 338 mil entidades com esse perfil, que empregam 5,3% dos trabalhadores brasileiros – um contingente de 1,7 milhão de pessoas – que, na época da pesquisa, ganhavam, em média, R$ 1.094 por mês.

O estudo foi desenvolvido em parceria pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pela Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong) e pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

Segundo o levantamento, as instituições são, em geral, de pequeno porte, e 79,5% (268,9 mil) delas não possuem sequer um empregado formalizado. 57,1% dos trabalhadores das Fasfil estavam no Sudeste.

Adesão à causa - Fernando Rossetti, secretário-geral do Gife, diz que a principal característica de quem pretende trabalhar na área é ter afinidade com a causa defendida, além de ter maleabilidade para lidar com diferentes públicos sem preconceito.

Ele acrescenta que a visão de que o trabalho no Terceiro Setor é apenas caridade está ultrapassada. Há cada vez mais cursos de especialização, como no próprio Gife (www.gife.org.br).

Vulnerável - Flávio Bassi, analista na área de rede e seleção da Ashoka Empreendedores Sociais, afirma que o grande problema da carreira é a vulnerabilidade. “Não há um nivelamento de salários, por exemplo. A carreira é muito pulverizada e heterogênea.”


Apesar disso, o elo entre todos esses profissionais é a vontade de trabalhar pelo interesse coletivo, diz Bassi, que tem a sua própria organização social, a Ocareté, que atua pelos direitos dos povos, como os indígenas.

Texto: Maria Carolina Nomura - IG Emprego

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